EUVALDO MACEDO

TRISTES ANGARYS

Tristes angarys

Tristes angarys

Quando angarytardece

Tão triste o angary

Quando angarynoitece

Tristes angarys

Tão triste o angary

Quando angarynoitece

Quando um Deus tão doce

Tece

Um bordado de estrelas

No azul lilás dos mistérios

Tristes angarys...

Tristes angarys...

Esqueletos de barcos

Armação de gente

Porto de paquetes

Enseada da saudade

Cidade perdida na cidade

Tristes angarys

O beijo do rio

Na boca da margem

Tristes angarys...

Tristes angarys...

Euvaldo

Ela me deu um anel?

Eu não me lembro

Só sei que o seu beijo

Não era de vidro

Ficou colado nos meus lábios

Nunca se quebrou.

Euvaldo –

Oitis

Oitis

gudes

Oitis

Arraias

Oitis

Peão

Oitis

Eu que era doce

Eu que era o vento

Eu que era terno

Não fiquei eterno.

Nas manhãs azuis de ontem

Um menino morreu

Com os olhos apaixonados de azul

No azul.

Euvaldo –