AIÓ (1980/ dez/ n°1)
Juazeiro...
... Oi letras... oito letras (como diria um gago juazeirense) ... oi ...oito letras que brincam de poesia e Juazeiro, que Juazeiro é cultura.
1980 é nós juando, azando, azeirando a cultura nacional. Aiózando. Temos aí o AIÓ do vaqueiro que somos na terra e nas águas doces e cachoeirantes do São Francisco.
Canta, canta São Francisco
No seu ramo mais bonito.
Juazeiro desse rio – não é braço
Dessa árvore – não é galho.
Talvez a cor da alegria das águas de um rio.
Quem sabe o som vindo dos angaris – entrada principal do rio na cidade, vista fotografada por Euvaldo. No AIÓ tem poemas e cantos
Tem o OLHO fósforo estampado de Juazeiro
Petrolina tem os Coelhos – Juazeiro tem Coelhão
Formigas Pedro, formigas Pedro que é novo.
E “tão doce tece
Um bordado de estrelas
No azul lilás dos mistérios”
E as torneiras pingam também em Juazeiro mas há Dedé euricando e Mauriçola violando os cinco dedos Armando e os saltos do peralta Manuquinha compondo esse todo de poetas e poesia que enchem o AIÓ interno e capa.
Vamos Juazeiro descobrir a cultura!
Nesse barco aproveitando todas as tardes que o Rio nos dá.
Joguemos nossas redes sem esperar muito dos que podem ser materialmente úteis à arte. Cabe-nos artear e esse sol sobre as águas talvez desperte o juazeirense no seu lado quantitativo ao ponto de influenciar as cabeças ocupantes dos pontos chaves do poder equilibrando a criatividade e sua projeção.
Eu alcancei Nelson Gonçalves e Valter Souza mais respeitados em Juazeiro que João Gilberto.
Vamos assumir a cidade da arte, temos história para isso.
Não basta dar como primeiros presentes para as crianças
Um violão e uma bola.
Do juazeirense
Galvão